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Mostrando postagens de outubro, 2013

Jorge Mautner – O filho do holocausto

Jorge Mautner – O filho do holocausto , do Pedro Bial, Brasil, 2012; É um documentário que conta a vida do multi-artista brasileiro; E talvez um dos artistas mais completos que nossa terra tupiniquim já produziu, pois além de cantar e compor fazia poesias e por isso e outras coisas foi um dos principais nomes da música brasileira com parcerias com Tom Zé, Gil e Caetano. O documentário mostra a sua vinda ao Brasil pelo motivo de seus pais fugirem do Nazismo na Europa. Já aqui no Brasil ele teve uma bábá filha de santo, o que contribuiu para suas miscelâneas culturais ainda bebe de colo. Quando se torna mais velho se muda de São Paulo para o Rio de Janeiro, porém sem antes esfaquear e quase levar a morte um amigo são-paulino que zombava de seu time, Corinthians, por uma derrota e vejam bem: o Jorge tinha apenas 19 anos de idade e já se via com aquela personalidade: uma coisa genial e visceralmente forte de artista de fato e natureza que lia tudo de interessante que procurava ou seus pais

O Conselheiro do Crime

O Conselheiro do Crime , dirigido e produzido por Ridley Scott , com Michael Fassbender, Javier Bardem, Penélope Cruz, EUA , Reino Unido , Espanha, 2013. Acho que as maiorias dos frequentadores dos cinemas multiplex não estão preparadas para assistir tal filme. Acho também que os críticos de cinema não captaram a mensagem do filme, então este em que vos escreve tentará escrever o que o filme de fato quis transmitir. Tanto publico como critica primeiramente ficaram “com o pé atrás” por se tratar de um filme que aborda abertamente o mundo do tráfico de drogas de uma maneira humanizada, ou seja, nesse meio existem simplesmente pessoas normais que ficam alegres, triste, que choram , riem; Enfim pessoas normais que tem um trabalho fora deste vulgo normal para enriquecer e, diga-se de passagem, fazer muitos usuários felizes, por isso são além de traficantes um pouco de médicos também. Outro aspecto riquíssimo que o filme tem é o seu tom filosófico que os principais traficantes imprimem para

Menos que nada

Menos que nada , do sempre pesado diretor gaúcho Carlos Gerbase, Brasil, 2012; Mostra de forma visceral e sem redundâncias a degradação mental de um jovem homem. A trama gira em torno do tratamento de um doente mental internado há dez anos num hospital psiquiátrico, onde fora esquecido por sua família, pelos pouquíssimos amigos que tinha e principalmente pela nossa hipócrita sociedade. “Menos que Nada” se inicia com um viés filosófico sobre a vida e a morte, porém rapidamente somos fisgados em um tipo de quebra-cabeça. Através de entrevistas realizadas por uma médica (Branca Messina), a trama remonta as últimas semanas de vida lúcida de Dante ( o doente mental a ser estudado ), onde tentamos descobrir como o protagonista parou naquele local e situação. O filme tem como base o conto “O Diário de Redegonda”, do médico e escritor austríaco Arhur Schnitzler (1862-1931). O autor nos mostra a história de um escriturário que se apaixona perdida e “edipidamente” pela esposa de um militar e, s

Os suspeitos

Os suspeitos, dirigido pelo mesmo diretor do outro filmaço: Incêndios (Denis Villeneuve), EUA, 2013. Puta que lhe pariu este é um filme atípico. Pense no livro russo Crime e Castigo e já estará no clima do filme. Quem é bom e quem é mal? Esta indagação perdura por duas horas e meia da fita que por seu ar de suspense psicológico não deixa nos sentirmos monótonos apesar do filme ser tão longo. A estória começa com o seqüestro de duas garotinhas de seus 5, 6 anos. Um recém adulto com idade mental de 10 anos é encontrado num trailer na rua do seqüestro e torna-se o principal suspeito do crime. Como a policia não encontra provas um dos pais torna-se um policial a paisana e investiga o caso. O ator australiano Hugh Jackman literalmente incorpora um pai que quer fazer justiça com as próprias mãos, custe o que custar. Aí que entra a indagação inicial de crime e castigo onde quanto mais você quer saber o paradeiro de determinada coisa, menos você sabe de fato. Trata-se de um trailer psicológi

O Capital

Le capital ou O Capital , do sempre enigmático e excelente diretor e co-roteirista gaulês Costa-Gavras, França, 2013. Repentinamente o presidente de uma mega banco internacional é diagnosticado com câncer maligno da próstata, de modo que outro executivo entra em cena, que nada mais é o nosso protagonista da trama. Em primeira instância tal homem de negócios é colocado no maior cargo da empresa para ganhar menos que o ex-presidente e por isso há indícios de que o cargo fora tomado para alguém servir de boi de piranha para um golpe no banco. Todavia tal “peixe pequeno” começa a postar suas regras na presidência do banco mundial com mais de cem mil funcionários mundo afora. A sua estratégia era de um corte radical de pessoal de 11%, coisa equivalente a tirar o banco do vermelho e menos de milhares de funcionários nas folhas de pagamento. Entretanto modesto funcionário não fora colocado na presidência por coincidência, queriam que ele comprasse um banco japonês falido para que mercenários

Conexão Perigosa

Conexão perigosa , de Robert Luketic, EUA, França, 2013. Todos os críticos de cinema que conheço ou leio escrevem mais ou menos assim quando o filme não é bom: “ Lálálá e o espectador têm tudo para sair da sala pensando que poderia ter sido bem melhor”. Já este em que vos escreve por não ter rabo preso com ninguém, pode escrever assim: Esse filme é literalmente uma merda! Yes: refiro-me a Conexão perigosa ( Paranoia em inglês ) que aborda a competição no mundo dos negócios da tecnologia, a famosa T.I. ( Tecnologia da Informação, para os leigos ). Como enredo de início temos um funcionário (Liam Hemsworth) sendo demitido depois de um bate-boca com seu chefe (Gary Oldman). Após esse entrevero o chefe ou ex-chefe propõe um trabalho de espionagem na empresa do seu ex-sócio (Harrison Ford, como ele aceitou fazer estúpido filme?) e atual concorrente no meio das empresas de tecnologia. O jovem ganancioso aceita a proposta de emprego, pois além de mau-caráter estava devendo a Deus e o mundo po

Gravidade

Gravidade , dirigido e co-roteirizado pelo mexicano Alfonso Cuarón, EUA e Reino Unido, 2013. Já querendo escrachar tanto um filme como o outro por ambos serem deveras maçante e monótono, se equivalem. Refiro-me ao nosso selecionável para o Oscar O som ao redor, comparando com Gravidade, que é o filme em questão a ser debatido. Façamos assim: por critério de méritos, se um for premiado o outro teria que ser também, pois as tramas, apesar de serem distintas, são chatas, enjoativas, enfim: monótonas mesmo. O “nosso” nacional de Pernambuco ainda consegue ser um pouco melhor ( e mais longo ) por mostrar a rotina de determinados indivíduos do Recife, enquanto Gravidade se presta a focar no dia-a-dia em órbita de dois astronautas. Tanto em um filme como em outro existe ações, momentos tensos ( afinal senão não seria um filme, oras bolas ), mas os dois pecam na monotonia da fita perdida. Entretanto vamos focar em Gravidade e deixar pela sorte O som ao redor do Cleber Mendonça Filho no Oscar

Serra Pelada

Serra Pelada, dirigido e co-roteirizado pelo excêntrico Heitor Dhalia, Brasil, 2013, produzido por Vagner Moura e ainda encabeçando o elenco com boas atuações de Juliano Cazarré e Júlio Andrade; Trata-se de um filme nacional que mexe com as pessoas por se tratar do tema central da fita que é: Qual é a sua ambição na vida? Questionamento este que se mistura com a história do próprio Brasil nos anos 1980 com a descoberta de mais de sete toneladas de ouro aterrados no interior do estado atual do Pará. A trama tem como fios condutores dois protagonistas paulistas que não agüentavam mais viverem duros e por isso foram tentar a sorte na busca do ouro. Entretanto as naturezas dos dois personagens que fizeram a espinha dorsal do filme eram extremamente opostas: Enquanto um saiu fugido de Sampa por dividas, o outro por sua vez era professor recém-demitido e com mulher prenha. Um pacto de que um jamais trairia o outro foi feito na ida para Serra Pelada, todavia quando os olhos pulam da cara porq

Os belos dias( Les Beaux Jours)

Os belos dias( Les Beaux Jours), dirigido e co-roteirizado por Marion Vernoux, com Fanny Ardant fazendo sua bela protagonista, França, 2013. Este é um filme atípico de sucesso de crítica e público que em seu primeiro final de semana na França levou 200.000 espectadores aos cinemas. O filme tem uma pegada poética, pois mostra a vida de uma dentista sessentona recém aposentada que além da aposentadoria por motivos de “pavio curto” para com seus pacientes, nesse mesmo período perde sua melhor amiga em um acidente. Suas duas filhas, conhecedoras da natureza de sua mãe, compram um vale para ela desfrutar um período em um recinto de idosos, tipo uma casa de arte-terapia para a terceira idade. Contrariada a jovem senhora idosa, e bem conservada por sinal, vai ao primeiro dia fazer uma aula de teatro; Aula esta que não dera muito certo por falta de química com a professora. No dia seguinte, volta contrariada a fim de resolver um problema com sua banda larga em uma aula de informática da casa

Família do bagulho (We´re the Millers)

Família do bagulho (We´re the Millers) ,de Rawson Marshall Thurber, com Jennifer Aniston, EUA, 2013; Surpreende pelo humor despretensioso e inteligente em algumas cenas. A estória é a seguinte: um pequeno traficante ou fornecedor de maconha é roubado e com isso torna-se devedor de um dos seus antigos colegas de faculdade, que era o fornecedor-mor da erva na cidade de Denver, no Colorado. Para quitar sua dívida o operário para o anti-stress capitalista é intimidado a pegar uma “raspinha” da mercadoria no México, ou seja, atravessar a fronteira com o “contrabando”. Para que o plano dê certo nosso pequeno devedor arquiteta um plano para entrar e sair do país sem maiores problemas, que era viajar com sua família de férias, supostamente. Todavia tal fornecedor pouco ambicioso não dispunha de esposa e filhos para formar uma família e passasse despercebido na fronteira entre os países. Mas como a marijuana faz pensar também e não somente deixa-se lesado como a maioria imagina, o cara vai pega

A bela que dorme (Bella Addormentata )

A bela que dorme (Bella Addormentata ), de Marco Bellocchio. Itália, França, 2013. O tema central da eutanásia que o filme aborda já é em si só complexo, e ainda quando o diretor quer fazer um filme com dois gêneros ao mesmo tempo ( documentário e drama ) eis que de fato o tema da eutanásia assim como o filme se embola de uma vez só. Além da confusão de gêneros o filme se permeia em diversas estórias paralelas que tem como fios condutores ( mas que nunca se ligam, ou seja, que não se encontram ) pessoas que estão ligadas a parentes ou amigos em estado vegetativo abrindo assim uma lacuna à pergunta: “ A eutanásia é válida quando a pessoa tem a vontade ou a consciência de que vai morrer ou não é válida?” Até o Papa João Paulo II entrou na estória como exemplo pedindo que deixassem que Deus o levasse, ou seja, que desligassem os aparelhos que o mantia em estado vegetativo. Entretanto o personagem que fugia dos estereótipos dos outros era de uma viciada em que tentava se suicidar e um méd

Lovelace

LoveLace , de Rob Epstein com Amanda Seyfried, Peter Sarsgaard , EUA, 2013; Trata-se da cinebiografia da maior estrela pornô de todos os tempos,Linda Lovelace, e que ainda por cima (ou por baixo) revolucionou as premissas sexuais do século passado. Entretanto o foco do filme é o da humanização dessa personagem, mostrando como uma menina que teve um filho cedo demais, (por isso o abandonou) adentrou-se no mundo da indústria pornográfica dos anos 1970 nos EUA. O filme tem o cuidado de mostrar os laços familiares da estrela da série de filmes chamados por “Garganta Profunda”, aos quais seus principais diálogos circundavam em a estrela ter o seu clitóris na boca e não na vagina fazendo até os mais experientes atores pornôs ejacularem antes do tempo previsto, tamanho era o dom da atriz. Porém a humanização da protagonista era o alvo do diretor, deixando de contar detalhes mais sórdidos da carreira dela. Além dos problemas com a mãe a atriz com cara de menina e jeito de mulher se casara com

Aposta máxima

Aposta máxima , de Brad Furman, EUA,2013; É confuso e cheio de erros grotescos na formação dos personagens centrais da trama que quis ser mais audaciosa que o seu roteiro, resultado: um filme de quinta categoria. Todavia vamos a este ou tentaremos resenhar este que já é estranho pela escolha do seu protagonista: o cantor pop Justin Timberlake, onde fica nítida que a praia dele é mesmo a música e não o cinema. O músico pop faz o papel de um estudante de física que descobre um algoritmo por acaso em um site de jogos de azar on-line. Ao invés do astuto estudante entregar sua descoberta ilícita ao FBI ele resolve entrar no jogo dos jogos de azar, pois naquela altura não tinha sequer dinheiro para pagar seus estudos na universidade. De início o estudante viaja a Costa Rica e bate na porta do chefe do site do jogo de azar única e exclusivamente para pedir uma “indenização” por ter descoberto um algoritmo fora da lei e com isso custear sua faculdade nos EUA, porém “ um chapéu mais alto” inte

Las Acacias

Las Acacias , de Pablo Giorgelli , com Germán De Silva e Hebe Duarte, Argentina;É um filme selecionável pelo festival de Cannes em 2011, porém lançado em setembro desse ano. Olha: se tem uma coisa que os sul-americanos sabem fazer são filmes de baixo orçamento, excluindo-se o Brasil, com bons roteiros, em especial Uruguai e Argentina. Como a grana é curta os diretores dessas películas limitam as cenas e locais para que o filme não saia tão caro, porém em compensação eles focam nas personalidades dos protagonistas e para quem curte um filme mais contemplativo é um prato cheio. Esse em questão é quase todo rodado dentro de uma boleia de um caminhão onde existiam três personagens: o caminhoneiro, uma “caronista” e sua filha de 5 meses. Em mais ou menos uma hora e meia observamos que o silêncio por vezes fala mais do que palavras. Com poucos diálogos e um respeitando o “tempo” do outro, os dois personagens vão se conhecendo , sabendo um da vida do outro. E isso por si só é muito bonito de

Mato Sem Cachorro

Mato Sem Cachorro , dirigido e co-roteirizado pelo Pedro Amorim, Brasil, 2013. Sem temer estar pedindo algum absurdo, mas a estes que lêem esta resenha, vos lhe peço: Não vá ao cinema ver essa comédia nacional. Quem sabe assim, com um fiasco de bilheteria, ano que vem o cinema nacional consiga sair dos estereótipos de comédias em que não acrescentam nem em humor e produza mais dramas, documentários e outros gêneros com a mesma estrutura econômica que as comédias têm. Apesar de Mato sem Cachorro tentar fugir das comédias politicamente corretas ( foi o filme em que ouvi a palavra porra mais na vida! ), porém ainda assim o seu final acaba sendo como a de outras tantas comédias cariocas de 2013, ou seja, sem sal e politicamente corretas. A menção da estória em ter um cão como fio condutor para um casal ligado à área das artes pode chamar algum público, afinal: quem não gosta de um cachorrinho? Todavia o filme só fica nisso mesmo, ou seja, faltam argumentos para a existência de um casalzinh

O tempo e o vento

O tempo e o vento , do Jayme Monjardim, Brasil, 2013. É a produção nacional mais cara já feita com orçamento de 12,5 milhões de reais. Tem tudo para ser um fracasso de bilheteria por não se tratar de mais uma comédia, mas sim de um épico e bem feito drama que conta a estória do povo gaúcho que queria ser independente do Brasil. Entretanto o destino do filme parece que já foi traçado para uma suposta minissérie televisa, pois o seu diretor é autor de novelas também e já antevendo que a bilheteria do seu belo e forte filme não seria sucesso entre o público, este já engatilhou um pré-contrato com rede Globo para a produção da mini-novela ano que vem. Todavia quem se propor a conferir a fita de 120 minutos, certamente sairá satisfeito e com “sangue nos olhos”, pois a atuação do Thiago Lacerda como um dos protagonistas mexe com as entranhas dessa geração do que não tem o que lutar ( até tem, mais não luta de forma constante e regular ). Ele faz o papel de um coronel que luta até o final de

César deve morrer

César deve morrer ; Baseado na obra literária do fora de série dramaturgo inglês William Shakespeare e dirigido pela dupla Paulo e Vittorio Taviani, Itália, 2013. Não é porque um filme que ganha um dos principais prêmios do cinema ( Urso de ouro em Berlim ano passado ) é que esta obra seja necessariamente uma unanimidade, alias se tem uma coisa que o cinema encanta é esse seu lado dúbio, não exato onde cada qual pode ou não gostar da obra vista. Particularmente não curti esse filme e claro, não achei merecedor a ganhar o urso de ouro no festival de Berlim, o principal da Europa ( antes mesmo do famoso e mafioso dos últimos tempos pra cá por colocar o “merdético “ do George Clooney em sua cadeira de organizador do festival ano passado e ano retrasado indicando outro bosta americano: Steve Spielberg como principal organizador do evento em 2011, caracterizando assim como um festival de Glamour e produzido para a indústria perdendo seu foco artístico nos últimos tempos que era a sua pri

Vocês Ainda Não Viram Nada !

Vocês Ainda Não Viram Nada! , do Alain Resnais, França, 2013, com um baita elenco: Mathieu Amalric ,Pierre Arditi , Sabine Azéma ,. Denis Podalydès , Anne Consigny , Anny Duperey , Hippolyte Girardot , Michel Piccoli , entre outros grandes atores franceses-Os melhores. Pois bem: li meia dúzias de críticas aliais, resenhas sobre o filme do êneaxagenário diretor e todas foram unânimes em esculhambar o pretensioso filme. Discordo de todos e achei o melhor filme que assisti esse ano até o presente momento, simplesmente genial e mostra que o diretor anda em boa forma e nada aposentado. O enredo se envereda em mostrar a última vontade de um dramaturgo, que era juntar seus principais atores de suas obras a reverem a peça que fizeram ( Eurípedes ) por tanto tempo e gerações, mas agora por outro grupo teatral. Todos se reúnem na mansão do falecido e começam a ver a peça de uma forma total e inacreditavelmente diferente, moderna. Tal mudança provoca nos antigos atores a vontade de voltar a inte